A alimentação desempenha um papel fundamental na saúde reprodutiva e fertilidade tanto em homens quanto em mulheres. A escolha de alimentos saudáveis e equilibrados pode aumentar as chances de concepção e ajudar a garantir uma gravidez saudável.
Está a pensar engravidar?
A alimentação tem um papel extremamente importante! Um padrão alimentar saudável, como a dieta mediterrânica, e nutrientes específicos como o folato e os ácidos gordos ómega-3 foram positivamente associados a índices de fertilidade. São os resultados de uma revisão dos investigadores da Harvard Medical School.
Nos países industrializados, a infertilidade dos casais tem-se tornado uma preocupação. Esta é definida como a inexistência de uma gravidez após tentativa de pelo menos 12 meses, sem o uso de métodos contracetivos. Na Europa, vários estudos mostram uma possível redução nos índices de fertilidade da população, valor este que se estima nos 7%. Fatores como a idade do casal, a alimentação, o exercício físico, a composição corporal e outros fatores de estilo de vida podem ter impacto na saúde reprodutiva. Dados da revista científica Fertility and Sterility revelam que quer o excesso, quer o défice têm um impacto negativo na fertilidade do casal. O tempo de conceção pode ser 2 vezes superior quando o índice de massa corporal (IMC) é superior a 35; o equivalente a obesidade de grau II ou III. O excesso de gordura favorece a resistência à insulina, afetando negativamente a ovulação e a qualidade dos espermatozoides. Por outro lado, quando o IMC é inferior a 19 o tempo de conceção pode ser 4 vezes superior.
A nutrição é efetivamente um fator chave, não só pelo seu impacto no peso mas também pela sua influência na saúde do sistema reprodutor. De acordo com o estudo da Harvard Medical School parece ser benéfico, para homens e mulheres, uma dieta à base de vegetais, fruta, peixe, carne de aves e cereais integrais. Já um padrão alimentar rico em carne vermelha, carne processada e açúcares tem o efeito oposto. É ainda importante a redução do consumo de alimentos ricos em gorduras trans e saturadas (ex: salgadinhos, fast-food, bolachas, manteiga, enchidos). A carne vermelha, para além de rica em gordura saturada, pode servir como veículo de hormonas e antibióticos. A proteína proveniente de alimentos de origem vegetal é uma alternativa. Lentilhas, grão-de-bico, tofu, feijões, sementes de cânhamo são algumas fontes.
O folato e os ácidos gordos ómega-3 merecem um especial destaque na fertilidade feminina, ambos importantes na qualidade da ovulação. O primeiro encontra-se em vários alimentos: vegetais de folha verde escura, feijões, lentilhas, amendoim, beterraba, abacate ou leveduras. O segundo sobretudo nos peixes gordos, como o salmão, atum, sardinha ou óleos de peixes, marisco, algas, nozes, sementes de linhaça e sementes de chia. Quanto ao peixe, é recomendado e importante o consumo dos que são provenientes de águas com baixos níveis de contaminação ambiental. Este pode ser veículo de transmissão de bifenilos policlorados (PCB’s) e mercúrio. De forma a reduzir a exposição a poluentes opte pelos peixes de tamanho menor. Estes vão-se acumulando ao longo da cadeira alimentar. Para além disso deve-se remover a pele, os locais de maior acumulação de gordura e os órgãos internos, uma vez que são mais propícios à acumulação destas substâncias.
Conhecia a influência da alimentação na fertilidade? Ficou curioso com a abordagem do papel da nutrição na fertilidade entre em contato connosco no nosso site ou para o email info@integrativa.pt.
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Joana André | Nutricionista (Nº 1971N – Ordem dos Nutricionistas) com especial interesse por fertilidade e saúde da mulher
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Artigos de referência
Practice Committee of the American Society for Reproductive Medicine in collaboration with the Society for Reproductive Endocrinology and Infertility. Optimizing natural fertility: a committee opinion. Fertility and Sterility. 2017; 107(1):52-58.
Gaskins A, Chavarro J. Diet and Fertility: A Review. American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2018; 218(4): 379–389