O stress não está relacionado apenas com questões de trabalho. Também pode ser causado por questões emocionais, físicas, metabólicas ou imunológicas. Por exemplo, uma rotina de sono alterada ou hábitos pouco saudáveis podem afetar o sistema imunitário. Além disso, a exposição à luz azul antes de dormir pode interferir na produção de serotonina e triptofano, hormonas importantes para o sono e a recuperação celular.
O stress é uma resposta natural do corpo a ameaças, sejam elas reais ou imaginárias. O stress é um mecanismo de defesa. No entanto, o stress crónico é uma condição que pode levar a diversos sintomas e doenças, incluindo insónia, transtornos alimentares, depressão, hipertensão, entre outros. Neste artigo, vamos discutir sobre os efeitos do stress crónico no corpo e abordar dicas para reequilibrar o organismo.
Sempre que estamos perante uma ameaça é ativado o reflexo primitivo de luta ou fuga. Na pré-história esta resposta serviu para salvar muitas vidas. Se um tigre-de-dente-de-sabre nos atacasse e não tivéssemos por onde fugir, a única esperança era atacá-lo ou pelo menos lutar. No entanto, na era moderna, a maioria de nós raramente se depara com situações em que corremos risco de vida, e esta reação de fuga ou luta aciona-se em situações com pouca ou nenhuma utilidade. Mais uma vez a culpa é da evolução, é a mente humana a tentar assegurar a sobrevivência. Na era moderna, a nossa mente vê um potencial perigo num chefe controlador, numa multa de estacionamento, num emprego novo, num engarrafamento, numa hipoteca numa fila do banco. Obviamente que nenhuma destas situações é fatal, mas o cérebro reage como se fosse.
O seu principal mecanismo de sobrevivência pode mata-lo.
A resposta ao stresse é uma resposta corporal complexa e adaptativa a uma ameaça percebida. Caracteriza-se por uma série de mudanças fisiológicas, incluindo um aumento do ritmo cardíaco, o corpo é inundado de adrenalina, aumenta a produção de energia, o sangue flui para irrigar os músculos dos braços e das pernas e a respiração aumenta para fornecer mais oxigénio. Estas reações permitem-nos lutar ou fugir.
O stress crónico ocorre quando o organismo é continuamente desafiado por longos períodos de tensão e stress. Quando isso acontece, as substâncias associadas ao stress, como a adrenalina, o cortisol e a norepinefrina, são libertadas na corrente sanguínea, afetando a resistência do corpo e a sua homeostase, ou seja, o seu equilíbrio. Em casos de stresse prolongado, funções como a digestão, a reprodução e a regeneração celular ficam significativamente afetadas, sendo que o nosso corpo está completamente dedicado a reagir à ameaça. O stress crónico produz inflamação crónica, e todas as doenças associadas.
O cortisol é uma das principais hormonas libertadas durante os momentos de stress. Além de suprimir o sistema imunitário (imunossupressão), o cortisol também limita a disponibilidade de energia para as células, como por exemplo para os neurónios. Podendo resultar numa série de sintomas e doenças em diferentes partes do corpo, incluindo o cérebro, sistema vascular, pele e cabelo, sistema digestivo e muitas outras funções. Alguns exemplos de doenças associadas ao stress elevado são: a obesidade abdominal, perda de massa muscular, hipertensão, osteoporose, acne, infertilidade, impotência, alopécia, diabetes, entre outras.
Os sintomas mais comuns de stress crónico incluem: diminuição do metabolismo, depressão/tristeza, hipertensão, fadiga, falta de sono, enxaqueca, visão de túnel (perda de visão periférica), refluxo gastroesofágico, irritabilidade, fome contínua e dor/inflamação articular. É importante procurar ajuda de um profissional de saúde para tratar e aprender a conviver com o stress crónico e aliviar os seus sintomas.
Algumas estratégias para aliviar o stress incluem: praticar atividade física regularmente, manter uma dieta equilibrada, obter um sono adequado, praticar técnicas de relaxamento, como meditação, e procurar apoio social.
Aqui estão algumas dicas para ajudar a reequilibrar o corpo e lidar com o stress crónico:
- Pratique atividade física regulamente: o exercício físico aumenta a produção de endorfinas e outros químicos que fazem o nosso cérebro sentir-se bem, reduz os níveis das “hormonas do stress”, a adrenalina e o cortisol.
- Durma bem: ter uma rotina de sono adequada é importante, porque ao dormir, o nosso corpo relaxa.
- Mantenha uma alimentação saudável: ter uma dieta saudável e equilibrada pode ajudar, evite alimentos estimulantes, como os refrigerantes e os alimentos processados.
- Pratique técnicas de relaxamento: técnicas como meditação, yoga e respiração profunda ajudam a diminuir a atividade do nosso sistema nervoso simpático, permitindo-o relaxar. (Experimente estes exemplos)
- Procure apoio social: Mantenha relacionamentos positivos e conecte-se com outras pessoas para ajudar a lidar com o stress.
- Procure ajuda de um profissional: procurar um psicólogo pode ajudá-lo a controlar a sua ansiedade e stress, ajudando-o a lidar com situações que o estão a inquietar.
Em conclusão, o stress crónico pode ter efeitos graves na saúde física e mental, mas existem diversas estratégias simples que podem ajudar a reequilibrar o organismo e a diminuir o stress. Algumas dicas incluem a prática de exercícios físicos, manter uma alimentação saudável, a manutenção de hábitos de relaxamento, a meditação, o sono adequado e o fortalecimento dos laços sociais. É importante lembrar que o autocuidado é fundamental para a sua saúde e qualidade de vida.
Na Integrativa, valorizamos a importância da stress para a saúde dos nossos pacientes. Assim, durante a consulta de Osteopatia Integrativa, avaliamos o estilo de vida e os sintomas dos nossos pacientes para identificar como podemos ajudar a reduzir o stress. Com pequenas sugestões podemos melhorar os níveis de stress, porque pequenas mudanças nos seus hábitos podem trazer grandes melhorias no seu equilíbrio.
Para já deixo-lhe aqui alguns exercícios para ajuda-lo a gerir o stress. Saber mais aqui.
David Brandão | Osteopata – Fisioterapeuta
Integrativa | A saúde e o bem-estar como um estilo de vida