Pode ser um momento assustador numa sessão quando a palavra ‘medicação’ surge. Se já estou a ir à psicóloga, porque preciso de medicação? Não é sempre necessário e, idealmente, não seria. Mas em alguns casos, a psiquiatria pode ser um excelente aliado do processo terapêutico.
A Psicologia e a Psiquiatria não são áreas opostas, mas sim complementares. As sessões de psicologia ajudam a compreender, modificar padrões de pensamento e desenvolver estratégias para lidar com os desafios emocionais. A Psiquiatria, por sua vez, pode intervir nos casos em que os sintomas são demasiado intensos, interferindo com a vida diária e dificultando o próprio trabalho realizado nas sessões.
A medicação não resolve problemas por si só, mas pode criar um espaço onde a mudança se torna possível. Sintomas como ansiedade extrema, depressão profunda ou insónia severa podem dificultar o envolvimento na terapia. Nestes casos, um acompanhamento psiquiátrico pode ajudar a atenuar os sintomas, permitindo que a pessoa ganhe forças para se envolver verdadeiramente no processo.
Em situações de grande sofrimento psicológico, o cérebro pode estar em permanente estado de alerta, impedindo a assimilação de novas aprendizagens. A medicação pode ajudar a regular este funcionamento, tornando mais eficaz o trabalho que é desenvolvido nas sessões. Ou seja, não se trata de substituir o acompanhamento psicológico, mas sim de criar as condições para que este possa ser mais eficaz.
A decisão de recorrer à medicação deve ser ponderada e feita em conjunto com um profissional de saúde mental. Se a sua psicóloga sugere um acompanhamento psiquiátrico, isso não significa que a terapia falhou, mas sim que há outras ferramentas que podem ser úteis no seu percurso. A saúde mental merece um cuidado integrado e, por vezes, a melhor abordagem envolve a Psicologia e a Psiquiatria a trabalharem lado a lado.
Madalena Borges da Costa | Psicóloga
Integrativa | A saúde e o bem-estar como um estilo de vida
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